Você é perfeccionista?

Ser perfeccionista pode ser uma ótima qualidade, porém, se for em exagero se torna um defeito que pode trazer graves consequencias como depressão e outras mazelas.

Já chorou alguma vez porque tirou uma nota menor do que nove, ou por ficar em segundo lugar em uma competição? Se a resposta for positiva, é bem provável que você seja um perfeccionista. Não que isso seja ruim, o problema é o exagero, e o auto sofrimento que isso acarreta à pessoa. Os perfeccionistas muitas vezes têm alto desempenho, mas o preço desse sucesso pode ser a infelicidade e insatisfação crônicas.

A busca constante pelos melhores resultados pode ter um impacto positivo na vida. Afinal, o perfeccionista costuma ser estudioso, determinado e dedicado. Quando esse tipo de pessoa se desafia a algo, pode ter certeza que o resultado final será muito bom. O problema é que, em alguns casos, o perfeccionismo passa do saudável e se torna uma obsessão. Então, quando a pessoa não atinge o padrão de perfeição que gostaria, acaba de sentindo frustrado, fraco e incapaz. Também pode ocorrer da pessoa perfeccionista viver com muito medo de errar e sofrer de ansiedade. Em casos assim, é fundamental a ajuda de um psicólogo, pois o perfeccionismo pode, inclusive, ser gatilho para doenças como pânico, ansiedade e depressão.

Segundo Christian Barbosa, um dos maiores especialista em administração de tempo e produtividade no país e CEO da Triad PS, existem dois tipos de perfeccionista: o saudável e o neurótico. O saudável normalmente estipula objetivos e os enxerga como um desafio, uma oportunidade de aprendizado; já o neurótico costuma ficar assustado diante das metas, porque tem medo de não conseguir alcançar um resultado satisfatório – muitas vezes, esse medo é a própria causa dos maus resultados. O perfeccionista neurótico fica tão exausto com suas próprias cobranças, que acaba entregando menos do que poderia.

Mas como saber se você é um perfeccionista? Veja algumas características típicas desse tipo de pessoa. Autoestima condicional, ou seja, basea seu valor pessoal em determinadas condições, especialmente nos resultados que recebe. A tendencia é se tornar uma pessoa de autoestima baixa, que duvida de seu próprio potencial. Para o perfeccionista é tudo ou nada, vale aquela máxima do oito ou 80, não existe meio termo.

Ele tem medo extremo do fracasso e por medo de fracassar deixa as coisas para depois, ou seja, procrastina e para completar são estressados, o que prejudica a saúde psicológica, física, os relacionamentos e o trabalho, pois com estresse ninguém consegue produzir com qualidade. O perfeccionista é metódico e minucioso, tem dificuldades de aceitar erros e aprender com eles, é detalhista, se pune quando erra e sente-se sempre culpado, te dificuldades para trabalhar em equipe, é inflexível aos erros dos outros. Não confia nas outras pessoas, pois acha que ninguém fará suas demandas tão bem quanto ele.

Se encaixou em alguma dessas características? Se isso está atrapalhando sua vida, é possível mudar. Christian afirma que é preciso entender que esse comportamento rouba o seu tempo e traz infelicidade e decepção, o que pode até desencadear uma depressão. Passe a celebrar pequenas vitórias e cobrar-se menos. Para os que têm mais dificuldade em se libertar da exigência, escolha uma pessoa de confiança para te monitorar e te ajudar a identificar seus exageros. É fundamental respeitar a si mesmo. A medida mais importante é entender que todos nós temos limitações, e ser perfeito é humanamente impossível.

Isabela Teixeira da Costa

Coluna publicada no caderno EM Cultura do Estado de Minas

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