Vote com consciência

votoEste é o momento de pesquisar e analisar o perfil de cada candidato e votar de forma consciente.

As eleições municipais de 2016 serão fundamentais para a definição do futuro das nossas cidades pelos próximos quatro anos e trarão, ou não, as melhorias que tanto almejamos. A aproximação das eleições para os cargos de prefeito e vereador aumenta a expectativa de transformação no cenário político atual. Esse momento merece atenção e faz renascer o desejo de mudança dessa realidade política tão desgastada.

É certo que, nos dias atuais, quando paramos para conversar com a maioria dos brasileiros, ouvimos um discurso recheado de desconfiança relativa à política praticada no país e avesso aos políticos, que se apresentam cada vez mais envolvidos em denuncias e escândalos de corrupção.

Ouvimos aqueles que estão desiludidos com o cenário atual e que alegam que não votarão em nenhum dos candidatos, seja porque não encontram quem os represente ou, mesmo porque, já não acreditam que a mudança seja possível.

Para os eleitores que já tem a consciência de que seu voto pode mudar a situação do país, o momento é de pesquisa e análise de cada candidato, para que se possa conhecer o perfil de cada um, sua trajetória e suas propostas. É fundamental que o eleitor busque informações a respeito das ideias do candidato e do partido político ao qual ele pertence. O eleitor deve investigar quem é o vice do candidato, pois o seu voto vai para ele também.

É fato que nem todo político é corrupto e que existem candidatos honestos e com intenções sérias relativas à questão social.  Embora isto seja verdade, o eleitor deve estar atento à conduta do candidato, procurando identificar aqueles que, de alguma maneira, tentam oferecer vantagens pessoais em troca de apoio político, pois não tenha dúvida, ele fará a mesma coisa ao se eleger.

As eleições de 2016 chegam com algumas novidades. A Lei nº 13.165/2015, conhecida como Reforma Eleitoral 2015, promoveu importantes alterações nas regras das eleições deste ano como, por exemplo, mudanças nos prazos para as convenções partidárias, filiação partidária e no tempo de campanha eleitoral, que foi reduzido de 90 para 45 dias.  O período de propaganda dos candidatos no rádio e na TV também foi diminuído de 45 para 35 dias, com início em 26 de agosto, no primeiro turno. Além disso, reflexo da Operação Lava-Jato e da mudança na legislação, surgem grandes transformações na forma de financiamento eleitoral.  A mudança significativa está na proibição do financiamento eleitoral por pessoas jurídicas. Isso significa que, as campanhas eleitorais deste ano serão financiadas exclusivamente por doações de pessoas físicas e pelos recursos do Fundo Partidário. O valor doado, por sua vez, está limitado a 10% dos rendimentos brutos do doador no ano anterior à eleição. As doações de empresas a partidos e candidatos passam a ser, portanto, ações consideradas inconstitucionais. Esta é uma alteração de impacto, pois, de acordo com estudos realizados, as doações de pessoas jurídicas representavam cerca de 90% dos valores arrecadados nas campanhas eleitorais no Brasil.

Essas mudanças devem ser vistas como forma de buscar garantir, cada vez mais, a transparência e a honestidade na condução do processo eleitoral. Embora essas ações sejam um bom começo e uma luz no fim do túnel, não se pode ser ingênuo ao considerar que isso seja o suficiente. Sabe-se que a transformação da sociedade brasileira depende de uma revolução no processo educacional e, consequentemente, da formação de cidadão que saiba reconhecer o seu papel e sua importância no desenvolvimento sadio e justo do nosso país.

Não se pode reclamar da corrupção se o caráter de quem reclama não lhe permite fazer diferença e se, mesmo fazendo a diferença com um modo agir correto, não se consiga posicionar, votando.

Dessa forma, é importantíssimo que todos os eleitores façam a sua escolha com seriedade e consciência e entregue o seu voto ao candidato que apresente a proposta que lhe pareça mais adequada e o perfil que se mostre confiável. Votando de forma consciente e escolhendo candidatos honestos, com propostas viáveis e consistentes é que será possível mudar o rumo da política brasileira.

Cláudia Elias

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